Refletindo o evangelho do 12º Domingo do Tempo Comum. A barca em perigo.
No relato do Evangelho deste 12º Domingo do Tempo Comum, 20/06, Jesus convida a passar para a outra margem.
Durante a travessia do mar, o vento e as ondas ameaçam a barca, os discípulos se apavoram, e Jesus dorme tranquilamente. O texto é carregado de simbolismo: o mar, as ondas e as tempestades são símbolos das forças do mal.
A barca agitada pelas ondas pode representar a comunidade que enfrenta as adversidades da missão. Há um contrataste significativo: o sono tranquilo de Jesus revela a confiança em Deus; por seu turno, o medo dos discípulos demostra a falta de fé em meio a situações difíceis.
Além de falta de fé, o medo dos discípulos pode significar os desafios que enfrentarão ao atravessar para a outra margem, ou seja, para o mundo dos gentios, o mundo desconhecido. É o desafio de sair dos limites do judaísmo e assumir a universalidade da missão.
O papa Francisco insiste muito que a Igreja não pode ficar trancada em si mesma, mas é desafiada a sair às periferias e aos recantos do mundo. Deve ser uma “Igreja em saídas”, uma “Igreja missionária”, sempre em missão. Isso exige ousadia, coragem e superação do medo.
O medo paralisa, não deixa avançar e alcançar novos horizontes. Muitas vezes somos como pequenina barca, agitada pelas ondas e ameaçada de afundar no desânimo.
Os momentos muito difíceis pelos quais passamos – doenças, violência, desemprego – deixam-nos paralisados, sem ação. Talvez tenhamos esquecido “aquele a quem até o vento e o mar obedecem”.
A pergunta final dos discípulos – “quem é este?” – é central no Evangelho de Marcos, que tem justamente o objetivo de responder que é Jesus. A catequese da comunidade de Marcos, lançando luzes sobre a prática do Mestre, quer revelar sua identidade. A pergunta é convite à fé em Jesus Cristo, Senhor da história.
Reflexão por Pe. Nilo Luza, ssp.