Padre Ernandes celebra seus 25 anos de Ordenação Sacerdotal

No próximo dia 21 de agosto, o Padre Ernandes Samuel Fantin, chanceler da Cúria Diocesana de Colatina e Diretor do Grupo CORDIS, celebra em Colatina, seus 25 anos de Ordenação Sacerdotal.

A celebração será realizada na Paróquia Divino Espírito Santo, no bairro Maria das Graças, às 19h30min, e contará com a participação do bispo da Diocese de Colatina, dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, e do reitor do Santuário Diocesano Nossa Senhora da Saúde, dom Décio Sossai Zandonade.

O Portal da Diocese de Colatina, preparou uma reportagem especial, que conta um pouco da trajetória deste servo de Deus. Confira!

O padre Ernandes Samuel Fantin vive a graça de chegar aos 25 anos de vida sacerdotal. A comemoração vai acontecer no próximo dia 21 de agosto, em missa a ser celebrada às 19h30, na igreja matriz da Paróquia Divino Espírito Santo, no bairro Maria das Graças, em Colatina, onde padre Ernandes exerce atualmente a função de vigário paroquial.

Padre Ernandes foi ordenado aos 50 anos de idade. Atualmente, ele é o chanceler da Cúria Diocesana de Colatina e diretor-presidente da Cordis Paramentos e Objetos Litúrgicos. Atuou em diversas paróquias, sendo a primeira delas a Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Honório Fraga, onde agora regressa para comemorar o seu Jubileu de Prata Sacerdotal.

A seguir, conheça um pouco da história deste sacerdote experiente e dedicado.

Conheça de perto o padre Ernandes Samuel Fantin

Padre Ernandes Samuel Fantin coleciona boas histórias e ideias inovadoras. Na bagagem, mais de 35 países. Na ponta da língua, seis idiomas. Aos 28 anos, formado em Teologia, ele não se sentia preparado para ser padre. Ernandes nasceu em João Neiva em meio ao forte catolicismo local. Foi coroinha e se encantava com tudo o que era da Igreja: dos sinos badalando na torre do templo às barbas volumosas dos padres combonianos italianos.

Aos 11 anos, ingressou no seminário menor de Vitória. Queria ser padre. Aos 18, mudou-se para Belo Horizonte para estudar Filosofia. Aos 23, embarcou no navio que o levou a Roma. Foram dez dias em alto mar, na companhia de outros 20 colegas seminaristas. A respeitada Universidade Gregoriana de Roma recebeu o novo aluno brasileiro que, para iniciar os estudos, precisou provar que sabia latim e grego, além de outras duas línguas estrangeiras. Era o começo de uma fase de descobertas.

Ernandes, que sempre gostou de arte, viveu a Europa naquilo que ela tem de melhor: sua religiosidade, seus teatros, óperas, cinemas e museus. Ao mesmo tempo, tinha consciência da ditadura que massacrava seu país, naquele famoso ano de 1968. “Eu me envolvi em movimentos contra o Regime Militar do Brasil, participando de passeatas pelas ruas de Roma”, conta.

Longe da família, o jovem brasileiro encontrou refúgio emocional em muitas amizades. Saudoso, ele se lembra de um casal de médicos alemães, os Mattiehsen, que o acolheu como filho. Era na casa deles que o seminarista costumava passar as férias. “Com os Mattiehsen, aprendi a educação mais refinada. Ia à ópera, ao teatro, aprendi a degustar vinho”, enumera.

Estudioso por natureza, Ernandes concluiu a Teologia e logo engatou o mestrado e o doutorado. Nas “horas vagas”, aprimorou os idiomas italiano, francês e alemão. Depois de seis anos no velho mundo, voltou ao Brasil com a certeza de não estar preparado para ser padre, plano que ficou adormecido por duas décadas.

Fase em Belo Horizonte

Com quase 30 anos, escolheu Belo Horizonte para ser sua nova casa. Na capital mineira, deu aulas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e na Universidade Católica, a futura PUC. Trabalhou na Fiat, como intérprete da língua italiana. Foi descoberto, tempos depois, pela empresa Mendes Júnior e enviado para a Argélia. Lá, atuou na área administrativa como tradutor do idioma francês.

Um ano depois, foi para o Iraque e, em seguida, estabeleceu-se no Egito. Nessa altura, Ernandes já falava inglês, idioma que passou a usar durante o ano em que viveu junto às pirâmides mais famosas do mundo. Neste país, ele desenvolvia atividades administrativas que exigiam muita diplomacia. Para isso, usou o status como estratégia de marketing: vestia terno e transitava a bordo de uma Mercedes-Benz. Só se livrava do paletó e gravata para entrar em sua túnica galabeia, de seda pura, o traje típico da região.

A última parada foi na Turquia, onde permaneceu por mais um ano. Saiu da Mendes Júnior e abriu, em Belo Horizonte, uma fábrica de roupas e duas lojas. Paralelamente, envolveu-se no comércio de pedras preciosas, o que lhe rendeu mais 10 carimbos, desta vez, americanos, em seu passaporte.

A convite de um amigo, integrou um coral de canto gregoriano, outra de suas paixões. O grupo foi crescendo e os convites para cantar em igrejas e catedrais se multiplicavam. Foi assim que ele, inusitadamente, se reaproximou da Igreja Católica, 20 anos depois de ter concluído a Teologia.

Um “sim” confiante

Foram necessários mais três anos para que seu desejo de ser padre despertasse por completo. Ele estava pronto. Ligou para o colega de seminário, dom Geraldo Lyrio Rocha, bispo da recém-criada Diocese de Colatina (ES). Ernandes chegou a Colatina no dia 15 de dezembro de 1992 com uma primeira tarefa um tanto curiosa para o aspirante a padre: abrir a Livraria Cordis. Assim teve início uma vida de intensa atividade pastoral.

Em agosto de 1994, aos 50 anos, foi ordenado padre. A primeira paróquia que administrou foi a de Nossa Senhora da Penha, no bairro Honório Fraga, onde reformou todas as igrejas e construiu outras três.

Paralelamente, continuava à frente da Livraria Cordis. Foi dele a ideia de iniciar a confecção de paramentos litúrgicos, passo que impulsionou a Cordis para o mercado nacional e que faz dela, hoje, uma referência no setor. O processo de criação dos modelos conta com a participação do próprio padre Ernandes. Para ele, o interesse pelas artes facilita o trabalho. “Nossas fontes de inspiração são pinturas, detalhes da arquitetura de grandes catedrais e livros de arte”, revela.

Sem nunca deixar de administrar a Cordis, padre Ernandes também atuou em várias outras paróquias da Diocese de Colatina. Desenvolveu também, por mais de uma década, um importante trabalho de gestão na Cáritas.

“Virei um construtor!”, admite padre Ernandes que também trabalhou pela ampliação do Seminário Diocesano, na Serra, e pela construção da Casa Sacerdotal, sítio onde os padres realizam reuniões, retiros e momentos de lazer.

Como ele dá conta de tantas atividades? “Vivo de motivações que são verdadeiros desígnios de Deus. Faço tudo isso porque gosto, é a minha opção de vida”, ressalta padre Ernandes. Conselho nobre de quem tem a fé e o conhecimento como aliados inseparáveis.

Curtas, por padre Ernandes

Comida? Paella espanhola com vinho verde português
Lugar? O quarteirão francês do século XVIII, em New Orleans (EUA)
Livro? “Arte e beleza na estética medieval”, de Umberto Eco
Pessoa? Dom João Batista da Mota e Albuquerque, que foi bispo do Espírito Santo
Time? Cruzeiro de BH

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Da Redação do Portal Mãe da Saúde com a colaboração do Portal da Diocese de Colatina.

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